6.26.2008

Para Além...das Diferenças...

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Para Além...das Diferenças...

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III Colóquio Internacional da Liberdade Religiosa

Guerra de civilizações é um risco

(23-06-2008)
Mário Soares alertou que pode ocorrer uma guerra de civilizações se as religiões não forem um factor de paz.
Soares falava enquanto presidente da Comissão da Liberdade Religiosa e exortou: "As religiões devem discutir umas com as outras.
Todas têm a verdade revelada e quem tem a verdade revelada pensa que tem o exclusivo e por isso é difícil
conjugar, mas tenho verificado em encontros ecuménicos que é possível encontrar pontos comuns e é isso que é preciso desenvolver", disse.
Mário Soares falava aos jornalistas num encontro com a presença do ministro da Justiça para apresentar o III Colóquio Internacional da Comissão da Liberdade Religiosa sobre "O contributo das religiões para a paz", a decorrer em Lisboa segunda e terça-feira.
"O mundo está muito complicado. Se as religiões não forem um factor de paz pode acontecer que se entre numa guerra de civilizações e isso seria o pior de tudo que pode acontecer", disse.
Apesar do risco a que se refere, Mário Soares tem uma visão optimista sobre a questão até porque considera possivel um diálogo entre as religiões em busca de pontos de convergência.
Ao contrário do que defende o cientista político Samuel Huntington, no livro "Choque de civilizações", de que este seria o século das lutas religiosas, o presidente da Comissão da Liberdade Religiosa defende que o mundo está muito longe disso.
"Não quero entrar na geoestratégia, mas estou convencido que se Obama ganhar as eleições isso desaparece como um sopro", frisou.
O grande desafio que hoje se coloca às religiões, acrescentou, é que, tendo sido elas durante muitos séculos factores de conflito - muitos deles também políticos por não existir a separação Estado/Igreja - encontrem agora caminhos para a paz.
"A guerra é tão má para o homem que a humanidade tem de se dar conta que tem de fazer um grande esforço no diálogo e isso tem de começar pelas igrejas", acrescentou.
O encontro, cuja sessão de abertura será presidida pelo primeiro-ministro, é para Mário Soares um momento importante e inédito em Portugal por juntar representantes de varias confissões religiosas.
"Gostaríamos que os debates fossem animados, que as pessoas se pronunciassem porque realmente as religiões é difícil discutirem umas com as outras".
O ministro da Justiça, Alberto Costa, destacou também a importância do colóquio internacional que debaterá não só o contributo das religiões para a paz como a questão da liberdade religiosa.
"Não me recordo de nenhuma realização a este nível se ter verificado em Portugal. Esse é um aspecto que marca uma nova forma de afirmação da Comissão da liberdade Religiosa", disse.
A sessão de abertura da conferência terá como oradores o primeiro-ministro, José Sócrates, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.
No primeiro painel dedicado aos contributos das religiões para a paz estarão representantes de varias confissões religiosas como o Hinduísmo, o Judaísmo, a Aliança Evangélica, Islão sunita e ismaelita, a União Budista Portuguesa, a Igreja Ortodoxa Grega e os Baha´is.
O tema "Liberdade religiosa do mundo actual" será abordado pelo coordenador da Ajuda à Igreja que Sofre para o relatório sobre a liberdade religiosa no mundo enquanto a liberdade religiosa em Portugal será um tema desenvolvido pelo professor Jónatas Machado, da faculdade de direito da Universidade de Coimbra.
Já no que respeita ao tema "Crentes e não crentes face à laicidade" programada para o segundo dia do colóquio, está previsto que seja abordado por António Reis, professor da Universidade Nova de Lisboa e grão-mestre da Maçonaria, e por Agostino Giovagnoli, da Comunidade de S.Egídio.


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