4.02.2009

Para Além... Da Fraca Divulgação...

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Para Além... Da Fraca Divulgação...



...Dia Internacional Do

Livro Infantil...

A escrita Alice Vieira lamentou que o Dia Internacional do Livro Infantil, que hoje se celebra, tenha tido pouca divulgação na comunicação social, porque "tudo o que seja para falar do livro "é sempre fundamental e importante".
Na primeira Festa do Livro Infantil de Lisboa, que decorre até domingo na Praça da Figueira, a escritora participou numa sessão de leitura para um grupo de crianças da cidade, por entre centenas de livros à mão de ler e folhear.
"Tudo o que seja para falar do livro é sempre fundamental e importante. Gostava que os jornais dessem um bocadinho mais de espaço, mas ninguém se lembrou que hoje era o dia do livro infantil", disse Alice Vieira à agênica Lusa no final da sessão, e depois de ter distribuído alguns autógrafos.
Para a escritora, uma das que mais escreve para as crianças em Portugal, o mercado do livro infanto-juvenil não está de má saúde, apesar da crise económica, porque "há muita gente a trabalhar, sobretudo no sector da ilustração infantil", onde a qualidade por vezes
"é superior à correspondente escrita para crianças".
Alice Vieira acredita que o incentivo à leitura passa pelo ambiente familiar, pela escola, mas também pela divulgação das várias iniciativas em torno do livro que acontecem no país.
"As pessoas quase nem sabem do que se passa, que hoje é o Dia do Livro Infantil", disse.
Mónica, de cinco anos, é uma das crianças que desconhece a efeméride, mas na tenda que acolhe a feira do livro percorreu várias vezes as bancadas coloridas e escolheu alguns livros para juntar aos que tem em casa.
Ainda não sabe bem a forma das palavras, mas à agência Lusa garantiu que "ler é divertido" e que o livro preferido é, resumidamente, "o dos abraços e dos beijinhos".
A Festa do Livro Infantil de Lisboa conta com a participação de quarenta editoras e com o apoio do Plano Nacional de Leitura e termina no Domingo. (lusa/Expressoonline)

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Para Além... De Um Universo "Concluído"...



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Para Aquém De...
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Um Universo "Concluído"
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...2009: Ano Internacional
Da Astronomia...


"O puzzle que é o Universo está longe de concluído"
A partir de hoje e até domingo, o céu vai estar ao alcance de todos, nas "100 Horas de Astronomia". O coordenador nacional do projecto, Ricardo Cardoso Reis, deu uma entrevista à SIC Online. Explicou como podemos sentir-nos parte do Universo, falou da Astronomia em Portugal e das expectativas que o futuro traz à descoberta dos astros.
(Catarina van der Kellen_Jornalista
Sic/online)

2009: Ano Internacional da Astronomia
À descoberta do Universo

(Entrevista a Ricardo Reis)
As "100 horas de Astronomia" pretendem ser o maior evento de divulgação de Astronomia da História. De que forma esta iniciativa vai aproximar as pessoas da ciência que estuda o Universo?

Um pouco por todo o mundo teremos iniciativas e pessoas que procuram levar a Astronomia ao Público. Desde Astrónomos amadores que disponibilizam os seus telescópios, até aos grandes Observatórios mundiais, que nos mostrarão em directo o que fazem os astrónomos profissionais. Com esta “Volta ao mundo em 80 telescópios”, procuraremos destruir aquela ideia do astrónomo, da bata e barbas brancas, com o olho enfiado num poeirento e arcaico telescópio.

O que são as "Astro-festas”?

Como o próprio nome indica, são festa de Astronomia. Normalmente são organizadas por astrónomos amadores, cheias de telescópios para que toda a gente possa observar um bocadinho mais do nosso Universo. Portugal contribui com mais de 50 eventos, de Trás-os-Montes ao Algarve.

Considera os portugueses um povo entusiasta neste tipo de iniciativa?

Ontem quando consultei a lista de actividades mundiais, Portugal estava no Top 3 da Europa, e no Top 10 do mundo. Só estamos atrás de países onde a Astronomia amadora tem uma grande expressão, como os EUA, ou o Brasil. Portanto, acho que entusiasmo é algo que não nos falta.

Qual é, na sua opinião, o grau de empenho de Portugal na investigação astronómica?

Nos últimos anos a investigação em Astronomia em Portugal tem vindo a crescer a olhos vistos. Há duas décadas, quase não havia astrónomos em Portugal, enquanto que hoje o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), por exemplo, é um centro de excelência, com participação em quase todos grandes projectos mundiais, desde o Observatório Europeu do Sul (ESO), passando pelas mais recentes missões da Agência Espacial Europeia (ESA), como o Kepler ou o Planck.

A nível geral, considera que vivemos cada vez mais isolados do Universo ou, pelo contrário, somos cientificamente cultos no que respeita à Astronomia?

Eu gostaria de pensar que estamos cada vez mais cientificamente cultos, senão não estou a desenvolver bem o meu trabalho! No CAUP trabalho na divulgação de astronomia, e às vezes fico surpreendido com as perguntas inteligentíssimas que miúdos da primária me colocam. Para isso terá contribuído o facto de a Astronomia ser uma componente de peso nos currículos de ciência do ensino básico. Do ponto de vista ambiental, o planeta vive uma fase muito sensível.

De que forma, por exemplo, a poluição luminosa afecta a saúde dos astros?

Estas luzes das cidades que iluminam o céu afecta-nos mais a nós, que estamos a perder algo que deveria ser considerado Património da Humanidade – o céu à noite. Nas grandes cidade portuguesas, o número de estrelas que conseguimos ver são poucas centenas, em vez dos milhares que vemos em locais sem poluição luminosa. Um dos projectos da Ano Internacional da Astronomia é exactamente uma “Noite da Astronomia”, a 18 de Julho, onde vários municípios portugueses irão desligar as luzes, para podermos ver o céu em todo o seu esplendor.

Bento XVI apoiou a iniciativa da Unesco em fazer deste ano o Ano Internacional da Astronomia. Como comenta esta acção do Papa, 400 anos depois da Igreja ter condenado Galileu?

Penso que será quase uma continuação das desculpas públicas apresentadas pelo anterior Papa, João Paulo II, à perseguição da Igreja a Galileu Galilei. É que a base deste ano internacional da Astronomia são as comemorações dos 400 anos das observações de Galileu.

Um astrónomo brasileiro, Fernando Vieira, disse que a astronomia é quase um sacerdócio. Concorda?

Não. De todo. Como qualquer ciência, a base da astronomia é a dúvida, a procura constante de respostas. E numa ciência como a astronomia, se há coisas que nós sabemos, é que algo é verdade apenas hoje. Amanhã podemos fazer uma nova descoberta, que contradiz o que sempre pensámos como certo.

Na sua opinião, é possível uma aliança entre ciência e religião?

Acho que não é impossível co-existirem pacificamente, mas uma aliança parece-me difícil, pela base de ambas. A religião, por definição, é baseada em crença sem provas, enquanto que a ciência tem por base a constante procura de provas.

Partilha a convicção de Catherine Cesarsky, directora de pesquisa no Comissariado de Energia Atómica, de que vivemos a idade de ouro da astronomia?

Sim. Neste momento temos o privilégio de dispor dos melhores e mais avançados meios, que nos permitem ver cada vez mais e melhor o nosso Universo. Ainda que o puzzle que é o Universo esteja longe de estar concluído, temos cada vez mais a ideia de como será a imagem final.

Vislumbra grandes novas descobertas astronómicas num futuro próximo?

Sendo uma ciência em constante evolução, acho que novas descobertas são inevitáveis. Por exemplo, estamos todos ansiosos pelos primeiros resultados da recém-lançada sonda Kelper, mas também da sonda Planck (que será lançada este mês), que irá observar o fóssil do calor dos primórdios do Universo, quando este tinha apenas 300.000 anos de idade. "


_ Saiba mais:





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3.30.2009

Para Além De... Coelhos E Ovos...

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Para Além De... Coelhos E Ovos...


...Oficinas artísticas no CCB...



Mitologias animam Fábrica das Artes na Páscoa
Oficinas artísticas nas áreas da música, dança, canto, teatro e fotografia vão inspirar-se nas mitologias de várias tradições para assinalar o período da Páscoa na Fábrica das Artes, serviço educativo do Centro Cultural de Belém (CCB). Entre 30 de Março e 9 de Abril, a Fábrica das Artes será palco de oficinas para crianças dos cinco aos sete anos, e dos oito aos 12 anos, que decorrerão de manhã e à tarde no CCB, com inscrição prévia.

"Para abordar esta temática do renascimento e da renovação associada à Páscoa, que já era comemorada por civilizaçãoes muito antigas por ser um momento de passagem anunciado pelo equinócio da Primavera, fomos em busca de mitologias", explicou Madalena Wallenstein. A responsável pelos serviços educativos do CCB desde Janeiro deste ano, tem vindo a desenvolver uma programação própria para a Fábrica das Artes inspirada na programação geral do CCB, entre outras temáticas. Partindo da época da Páscoa, uma equipa reunida por Madalena Wallenstein foi à procura das relações com os astros, no céu, e as sementes, na terra, e criou diversas oficinas artísticas _ da música à dança, do teatro às artes plásticas e à fotografia _ inspiradas em mitologias. Uma das oficinas consiste na criação de um foto-diário de uma semente, actividade inspirada na mitologia através da lenda de Ostara, "a deusa do amanhecer, que na Primavera segurou um ovo numa mão e deixou escapar um coelho no horizonte". "As crianças têm um grande fascínio pela mitologia porque está mais ligada ao seu imaginário. Será mais lúdico e apaixonante para elas", comentou Madalena Wallenstein. Joana Veiga, Maria Morbey, Sara do Vale, Telma Pereira, Marco Damas e Liliana Pimenta serão os responsáveis pelas Oficinas de Mitologia e Lendas (com contos, teatro, dança de deuses e composição musical), Oficinas da Terra (voz, dança, fotografia, escrita criativa e pequenos seres) e as Oficinas do Céu (experiências, exploração do espaço, artes plásticas e música). As crianças poderão, por exemplo, ouvir contos sobre as deusas Ostara, Ceres ou Perséfona, recriar danças rituais e cânticos sobre o eterno retorno da Primavera, inventar personagens para uma peça de teatro ou compôr uma obra vocal e instrumental para ser cantada no Jardim das Oliveiras.




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3.22.2009

Para Além De... Editora...

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Para Além De... Editora...

...Promotora De Atitudes Culturais...



Por amor à arte poética:
Cosmorama, projecto de atitudes culturais, é a única editora portuguesa que só publica poesia.
Nunca se publicou tanta poesia como hoje - das colecções específicas às infindáveis edições de autor -, mas há apenas uma editora portuguesa dedicada em exclusivo a este género. O Dia Mundial da Poesia é hoje assinalado em todo o país.
Se criar uma editora na presente conjuntura económica está longe de ser uma fórmula simples de obter retorno financeiro seguro, mais arrojado ainda se torna o projecto quando a poesia é o género de eleição. Quando, há pouco mais de um ano, José Rui Teixeira, Jorge Melícias e João Manuel Ribeiro, todos eles poetas, concretizaram a ambição de longa data, sabiam que a tarefa não seria exactamente fácil.
Volvido esse período, não é preciso ter dotes de prestidigitação para concluir que a editora "sobrevive com algumas dificuldades", como reconhece José Rui Teixeira, pois, embora a Cosmorama actue num nicho de mercado específico, essa limitação "
circunscreve a margem de crescimento do projecto".
Além disso, a poesia não só é um género com escassa procura nas livrarias - "vender 500 exemplares em meio ano já é um êxito", diz o editor -, como as editoras são ainda confrontadas com "o incumprimento das condições de pagamento das facturas por parte das livrarias e distribuidoras".
Os lamentos, porém, não interferem com o balanço positivo. Basta dizer que, nesse período, a editora logrou publicar livros de Agustina Bessa-Luís _ a novela "Dominga", o único título fora do género poético _, Teixeira de Pascoaes, Valter Hugo Mãe, Amadeu Baptista ou Pedro Gil-Pedro e, até final do ano, avizinha-se a edição de poemas de António Pedro, Jorge Melícias e António Cabrita.
José Rui Teixeira vê com agrado essa confiança por parte de autores de prestígio, o que vem reforçar a ambição de fazer da Cosmorama "um projecto com qualidade e uma referência na edição de poesia em Portugal".
A par dos consagrados, a editora faz questão de apostar em novos valores, casos de Andreia C. Faria ("De haver relento) ou Catarina Costa ("Marcas de urze"), escolhidos a partir dos vários originais que semanalmente vão chegando à sede, no Porto, ou através do blogue (cosmorama-edicoes.blogspot.com).
Para contornar as dificuldades, os mentores do projecto têm insistido em iniciativas de fidelização dos leitores. A mais notória é o cartão "Leitor +". Por 80 euros, é possível receber por correio todos os livros do plano anual de edições antes mesmo da distribuição para as livrarias, assim como a revista literária "Cosmorama" e um desconto de 20% em todos as iniciativas promovidas pela associação cultural de que a editora faz parte.
O poeta e editor vê nesta medida "uma estratégia que permite uma relação de maior proximidade entre poetas, editores e leitores de poesia", mesmo tendo noção de que "não garante, por si só, a sobrevivência".

A publicação é apenas uma das facetas da Cosmorama. Da actividade regular fazem parte igualmente encontros com poetas, organização de apresentações e a respectiva divulgação, um sintoma óbvio do dinamismo que caracteriza o actual género poético, pródigo em iniciativas várias.
José Rui Teixeira explica o paradoxo entre as edições quase secretas e o frenesim de actividades públicas, das tertúlias aos colectivos de poesia, com o facto de "serem eventos que normalmente mobilizam as mesmas poucas pessoas". E alude à fácil autolegitimação para explicar o surto de (candidatos a) poetas: "Alguém que sabe uns acordes na guitarra não diz que é músico. Porém, alguém que verseja, independentemente da qualidade dos versos, já se considera poeta. Existe o lugar-comum que afirma que Portugal é um país de poetas. Trata-se de uma generalização precipitada". (Sérgio Almeida/JNonline)


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