6.09.2008

Para Além...da Dificuldade...




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Para Além...da Dificuldade...


"Ad commodum suum quisquis callidus est "
("Cada qual acode onde mais lhe dói"
ou:
"Cada qual sabe onde o sapato lhe aperta")


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Ensino: Professores temem desaparecimento do Latim
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O número de alunos a aprender Latim diminuiu 80% nos últimos dois anos lectivos. Perante os números, professores e investigadores temem o desaparecimento de uma disciplina que desenvolve o raciocínio e facilita a aprendizagem de todas as línguas.

Este ano estão inscritos para realizar o exame nacional de Latim 313 alunos. Em 2006 eram 1.651. Em todo o país, só 4% das escolas secundárias oferece aos estudantes a possibilidade de aprender a disciplina conhecida como a "Matemática das Letras". "O ensino das Humanidades está cada vez mais desvalorizado e o caso do Latim, em vias de desaparecimento, reflecte esse problema. O discurso político passa a ideia de que 'letras são tretas' e o que é preciso são as tecnologias e as ciências exactas", lamenta Paula Dias, investigadora do Instituto de Estudos Clássicos, da Universidade de Coimbra. "Como podem os alunos escolher o que não conhecem?"
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O problema, assegura, é quase exclusivamente português. Em Espanha e França, por exemplo, não tem havido redução do número de estudantes a aprender os clássicos e em países como a Inglaterra e a Alemanha, cujos idiomas nem sequer têm origem latina, o ensino "tem sido muito divulgado e incentivado pelo Estado". Os dados do Reino Unido não deixam dúvidas: entre 2004 e 2007 mais do que duplicou o número de secundárias a leccionar a disciplina e há mesmo 2.500 escolas do primeiro ciclo que dão às crianças introdução ao Latim para as ajudar na aprendizagem da gramática inglesa.
"Nós andamos sempre ao contrário dos outros. Lá fora percebem a importância do ensino da cultura clássica. Cá, os nossos governantes acham que só as tecnologias são importantes", corrobora Isaltina Martins, presidente da Associação de Professores de Latim e Grego (APLG). Já o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, entende que o problema não está nas políticas educativas, mas nos estudantes, que simplesmente "não estão interessados". "Temos professores para ensinar Latim, mas não há procura. O problema existe nas línguas clássicas no geral e até em algumas línguas modernas. Tem a ver com as expectativas e os interesses das famílias", explica. Para a investigadora do Instituto de Estudos Clássicos, o desinteresse só revela "a falta de apreço geral dos portugueses pelo seu património cultural e literário". Paula Dias lamenta que o Ministério da Educação não tente combater esta realidade, promovendo o ensino de Latim, e questiona: "Como podem os alunos escolher o que não conhecem?". Talvez muitos optassem de forma diferente, afirma, se soubessem que a disciplina "facilita imenso a aprendizagem de todas as línguas, por ser matriz de muitos idiomas, ajudando a compreender melhor a etimologia e o vocabulário". Mas as vantagens não são apenas ao nível das línguas e do conhecimento da história e cultura clássica, em que se baseia a Europa. Os especialistas garantem que o Latim é uma "verdadeira ginástica mental, como a Matemática", desenvolvendo o raciocínio lógico, a memorização e a capacidade de concentração.
Por isso, o "Scholastic Achievemente Test", uma prova de aferição realizada em 2007 nos Estados Unidos da América, concluiu que os alunos que estudaram a disciplina "tiveram notas mais altas ao nível das competências linguísticas e também em exercícios de raciocínio", revela a professora Isaltina Martins. Apesar disso, para muitos estudantes portugueses o Latim ainda é apenas sinónimo de aulas difíceis e sem utilidade prática, implicando "competências habitualmente definidas como chatas, como a memorização".
(DE NOTÍCIAS ONLINE).
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Enfim, depois do "abate" da Filosofia como disciplina obrigatória no ensino secundário, vê-se que o imediatismo continua a prevalecer, talvez algo como: " Ad praesens ova cras pullis sunt meliora" ("Mais vale um ovo hoje do que uma galinha amanhã") _o que afinal também se dizia na época em que o Latim ditava...não só as leis..._. Mas também: "Ad impossibilia nemo tenetur" (" A ninguém se pede o impossível"), e muita gente sobreviveu à aprendizagem do Latim (até com uma professora que fazia questão de que as alunas dialogassem nessa "língua-morta"...)
E, por uma vez, seria bom ver os jovens melhor considerados (são o "futuro", essa virtual construção a partir do real "aqui e agora" ), pelo menos merecedores de maior cuidado na elaboração de currículos e planos de estudo propícios à aquisição de consistentes alicerces para o que se prevê que seja uma vida de contínuas e cada vez mais diversificadas adaptações e novas exigências de aptidões, do que aqueles que têm sido desenhados nas últimas décadas _ e sempre a piorar _, mais parecendo destinados a "fabrico" massificado de criaturas potencial/mentalmente destituídas.. .


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