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Para Além...da Dificuldade...
"Ad commodum suum quisquis callidus est "
("Cada qual acode onde mais lhe dói"
ou:
"Cada qual sabe onde o sapato lhe aperta")
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Ensino: Professores temem desaparecimento do Latim
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O número de alunos a aprender Latim diminuiu 80% nos últimos dois anos lectivos. Perante os números, professores e investigadores temem o desaparecimento de uma disciplina que desenvolve o raciocínio e facilita a aprendizagem de todas as línguas.
Este ano estão inscritos para realizar o exame nacional de Latim 313 alunos. Em 2006 eram 1.651. Em todo o país, só 4% das escolas secundárias oferece aos estudantes a possibilidade de aprender a disciplina conhecida como a "Matemática das Letras". "O ensino das Humanidades está cada vez mais desvalorizado e o caso do Latim, em vias de desaparecimento, reflecte esse problema. O discurso político passa a ideia de que 'letras são tretas' e o que é preciso são as tecnologias e as ciências exactas", lamenta Paula Dias, investigadora do Instituto de Estudos Clássicos, da Universidade de Coimbra. "Como podem os alunos escolher o que não conhecem?"
Este ano estão inscritos para realizar o exame nacional de Latim 313 alunos. Em 2006 eram 1.651. Em todo o país, só 4% das escolas secundárias oferece aos estudantes a possibilidade de aprender a disciplina conhecida como a "Matemática das Letras". "O ensino das Humanidades está cada vez mais desvalorizado e o caso do Latim, em vias de desaparecimento, reflecte esse problema. O discurso político passa a ideia de que 'letras são tretas' e o que é preciso são as tecnologias e as ciências exactas", lamenta Paula Dias, investigadora do Instituto de Estudos Clássicos, da Universidade de Coimbra. "Como podem os alunos escolher o que não conhecem?"
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O problema, assegura, é quase exclusivamente português. Em Espanha e França, por exemplo, não tem havido redução do número de estudantes a aprender os clássicos e em países como a Inglaterra e a Alemanha, cujos idiomas nem sequer têm origem latina, o ensino "tem sido muito divulgado e incentivado pelo Estado". Os dados do Reino Unido não deixam dúvidas: entre 2004 e 2007 mais do que duplicou o número de secundárias a leccionar a disciplina e há mesmo 2.500 escolas do primeiro ciclo que dão às crianças introdução ao Latim para as ajudar na aprendizage
m da gramática inglesa.

"Nós andamos sempre ao contrário dos outros. Lá fora percebem a importância do ensino da cultura clássica. Cá, os nossos governantes acham que só as tecnologias são importantes", corrobora Isaltina Martins, presidente da Associação de Professores de Latim e Grego (APLG). Já o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, entende que o problema não está nas políticas educativas, mas nos estudantes, que simplesmente "não estão interessados". "Temos professores para ensinar Latim, mas não há procura. O problema existe nas línguas clássicas no geral e até em algumas línguas modernas. Tem a ver com as expectativas e os interesses das famílias", explica. Para a investigadora do Instituto de Estudos Clássicos, o desinteresse só revela "a falta de apreço geral dos portugueses pelo seu património cultural e literário". Paula Dias lamenta que o Ministério da Educação não tente combater esta realidade, promovendo o ensino de Latim, e questiona: "Como podem os alunos escolher o que não conhecem?". Talvez muitos optassem de forma diferente, afirma, se soubessem que a disciplina "facilita imenso a aprendizagem de todas as línguas, por ser matriz de muitos idiomas, ajudando a compreender melhor a etimologia e o vocabulário". Mas as vantagens não são apenas ao nível das línguas e do conhecimento da história e cultura clássica, em que se baseia a Europa. Os especialistas garantem que o Latim é uma "verdadeira ginástica mental, como a Matemática", desenvolvendo o raciocínio lógico, a memorização e a capacidade de concentração.
Por isso, o "Scholastic Achievemente Test", uma prova de aferição realizada em 2007 nos Estados Unidos da América, concluiu que os alunos que estudaram a disciplina "tiveram notas mais altas ao nível das competências linguísticas e também em exercícios de raciocínio", revela a professora Isaltina Martins. Apesar disso, para muitos estudantes portugueses o Latim ainda é apenas sinónimo de aulas difíceis e sem utilidade prática, implicando "competências habitualmente definidas como chatas, como a memorização".
(DE NOTÍCIAS ONLINE).
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Enfim, depois do "abate" da Filosofia como disciplina obrigatória no ensino secundário, vê-se que o imediatismo continua a prevalecer, talvez algo como: " Ad praesens ova cras pullis sunt meliora" ("Mais vale um ovo hoje do que uma galinha amanhã") _o que afinal também se dizia na época em que o Latim ditava...não só as leis..._. Mas também: "Ad impossibilia nemo tenetur" (" A ninguém se pede o impossível"), e muita gente sobreviveu à aprendizagem do Latim (até com uma professora que fazia questão de que as alunas dialogassem nessa "língua-morta"...)
E, por uma vez, seria bom ver os jovens melhor considerados (são o "futuro", essa virtual construção a partir do real "aqui e agora" ), pelo menos merecedores de maior cuidado na elaboração de currículos e planos de estudo propícios à aquisição de consistentes alicerces para o que se prevê que seja uma vida de contínuas e cada vez mais diversificadas adaptações e novas exigências de aptidões, do que aqueles que têm sido desenhados nas últimas décadas _ e sempre a piorar _, mais parecendo destinados a "fabrico" massificado de criaturas potencial/mentalmente destituídas.. .
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